Vi na TV, recentemente, um psicólogo dizendo que a mulher demora mais
pra terminar um relacionamento, mas quando faz, é porque já tentou de
tudo. Já deu chance, já perdoou, já pediu pra mudar, já mudou, já fez e
aconteceu e nada mudou. Já os homens têm mais facilidade em jogar tudo
pro alto. Porém, na maioria das vezes, eles voltam atrás. Se isso é
verdade, eu não sei, mas eu, particularmente, ando mais adepta da razão.
Nós,
mulheres, somos mais tolerantes. A gente fica em casa enquanto o
namorado vai beber com os amigos. A gente fica em casa enquanto ele vai
jogar futebol. A gente fica em casa enquanto ele viaja a trabalho. Mas,
enquanto a gente ta em casa, a cabeça pensa, dá voltas, procura uma
saída. A cabeça pesa. A cabeça põe na balança os prós e os contras.
Enquanto ele grita, a gente fica muda. E pensa. Dizem que a mulher é
mais emoção, mas, me desculpem. Quando decidimos algo importante na
nossa vida, somos só razão.
E a razão demora. Pensa. Repensa.
Pesa. Calcula. Avalia. A razão dá chance. Acredita na mudança. A razão
faz a gente mudar. A emoção é toda atrapalhada. A emoção sai batendo a
porta. A emoção grita. Xinga. Esperneia. Faz pirraça. Chora. A emoção
põe tudo a perder no momento errado. Mulher é muito assim. Emoção pura
ao longo do caminho. Mas a gente sabe que, quando a decisão é séria, a
coisa precisa ser pensada. E a gente não põe tudo a perder a toa.
Quando
damos a cartada final é porque não há mais nada a perder. A gente já
olhou por todos os ângulos, já fez os cálculos de todas as
probabilidades disso dar certo e concluiu que não dá. A gente vai sentir
falta. O domingo à noite vai ser foda. Vai doer pensar que ele vai ser
de outra. Mas tudo isso a gente já pensou antes. Nada disso vai ser mais
foda do que continuar no relacionamento.
Relacionamentos são pra
deixar a gente mais feliz. Estou falando de rolo, namoro, casamento. Se
veio mais um pra ficar com a gente, é pra somar. Se ta dando dor de
cabeça, se ta pesado, se ta sofrido, se ta fazendo mal, melhor sem ele.
Um namorado me disse, certa vez, que não estava feliz comigo. Achei
justo que terminássemos. A última coisa que quero, no mundo, é fazer
alguém infeliz. Se já não é fácil agüentar a própria infelicidade,
agüentar a dos outros é quase impossível.
Já fui só emoção.
Daquele tipo de mulher que desliga telefone na cara, depois liga de novo
(a doida, né?!). Que termina namoro na hora que ta irritada. Que vai
embora da casa do namorado carregando a mala. Que procura pra voltar, em
prantos. Que fala, grita, xinga e chora ao mesmo tempo. Nada que uma
dose cavalar de razão e cabeça fria não resolvam. Hoje, deixo as coisas
pra resolver depois. De cabeça fria, a gente pensa melhor e corre menos
risco de fazer merda. Hoje, depois de ter dito muita coisa que magoou
muita gente e ter ouvido muita coisa que me magoou, eu penso antes de
falar. Eu respiro fundo e conto até cem mil se precisar. A palavra dita
não tem volta. A ferida que ela causa fica pra sempre. Então, hoje,
prefiro ser mais razão e menos emoção. Prefiro demorar pra tomar
decisões, mas fazer a coisa certa.
Ateondevai
terça-feira, 10 de setembro de 2013
MEUS HERÓIS MORRERAM DE OVERDOSE
Ronaldo, o jogador-fenônemo-pegador pegou tanto que resolveu mudar de
time pra ampliar o campo de atuação. Britney, a namoradinha da América,
depois de dar pra meia América, virou alcoólatra, perdeu os filhos e
vive se internando nas clínicas de reabilitação. Paris-faz-nada-Hilton
ganha a vida deixando “vazar” seus vídeos eróticos na Internet e fazendo
cara de “vem me comer” pros fotógrafos de plantão. E agora mais esta: a
Mulher Baleia, ops, Mulher Melancia que... ham... faz o que mesmo? Ah,
claro! Mostra a bunda na Tv! Sim, esses são nossos ídolos.
E não, eles não se tornaram loucos, alcoólatras, drogados, depravados, fúteis e causadores de escândalos porque são nossos ídolos. Pelo contrário. Eles se tornaram nossos ídolos justamente porque são loucos, alcoólatras, drogados, depravados, fúteis e causadores de escândalos. Alguém se interessa pela vida ou pela carreira de Cláudia Raia? Mãe, atriz, dançarina, cantora. Alguém assistiria na Luciana Gimenez um especial com alguém que tivesse talento ao invés de 121cm de bunda? Que tivesse voz ao invés de 500ml de silicone? Acho pouco provável.
Isso porque a tosqueira é inerente ao ser humano. Explico: o ser humano é tosco. No sentido exato da palavra. Grosseiro. Rude. Sem lapidação ou polimento. Li uma vez que homem gosta de ver mulher pelada, mesmo que seja índia velha na matéria do Fantástico. Achei isso de suma elegância e desenvolvimento intelectual. Coitado de Darwin! Deve estar se revirando no caixão uma hora dessa. Cadê a teoria da evolução?
A gente gosta de ver o pai que joga criança pela janela. A gente gosta de ver a puta que derruba governador. A gente gosta de ver a atriz bonitona que chifra namorado galã. A gente gosta de ver as mulheres que mostram a calcinha “sem querer” (ou a falta dela, na maioria das vezes). A gente gosta de ver a Britney ir parar na delegacia bêbada pela cinquentésima vez. A gente gosta de ver que a Paris Hilton nunca fez nada útil na vida e é ídolo. Que a Mulher Elefante, ops, Melanciiiiiia foi despejada de casa (tadinha!). Que o Ronaldo é humano e versátil (uh!). É do ser humano isso. A tosqueira está em você e está em mim (que sei disso tudo que está escrito aí em cima, ainda que nada disso vá mudar minha vidinha igualmente tosca).
A gente não tem exemplo. Nossos heróis são toscos. Nossos heróis são os Marcelos D2 que acendem um baseado bem na nossa cara. São os Lulas que não sabem de nada. São as Cicarellis que dão na praia. São as mulheres-melancia que dançam “créu” (vergonha alheia!). São os 50Cents que valem exatamente meio dólar. São os Snoop Doggs que colocam a mulher como objeto em seus clipes. São os travestis que vão pra Luciana Gimenez. São os jogadores que gostam de travestis e de putas. São as putas. Fomos nós que os elegemos nossos ídolos. Heróis. Nossos exemplos. Porque eles são a nossa cara. São nosso alter-ego. O reflexo daquilo que a gente admira no outro. O retrato mais fiel da nossa própria tosqueira.
http://www.ateondevai.com
E não, eles não se tornaram loucos, alcoólatras, drogados, depravados, fúteis e causadores de escândalos porque são nossos ídolos. Pelo contrário. Eles se tornaram nossos ídolos justamente porque são loucos, alcoólatras, drogados, depravados, fúteis e causadores de escândalos. Alguém se interessa pela vida ou pela carreira de Cláudia Raia? Mãe, atriz, dançarina, cantora. Alguém assistiria na Luciana Gimenez um especial com alguém que tivesse talento ao invés de 121cm de bunda? Que tivesse voz ao invés de 500ml de silicone? Acho pouco provável.
Isso porque a tosqueira é inerente ao ser humano. Explico: o ser humano é tosco. No sentido exato da palavra. Grosseiro. Rude. Sem lapidação ou polimento. Li uma vez que homem gosta de ver mulher pelada, mesmo que seja índia velha na matéria do Fantástico. Achei isso de suma elegância e desenvolvimento intelectual. Coitado de Darwin! Deve estar se revirando no caixão uma hora dessa. Cadê a teoria da evolução?
A gente gosta de ver o pai que joga criança pela janela. A gente gosta de ver a puta que derruba governador. A gente gosta de ver a atriz bonitona que chifra namorado galã. A gente gosta de ver as mulheres que mostram a calcinha “sem querer” (ou a falta dela, na maioria das vezes). A gente gosta de ver a Britney ir parar na delegacia bêbada pela cinquentésima vez. A gente gosta de ver que a Paris Hilton nunca fez nada útil na vida e é ídolo. Que a Mulher Elefante, ops, Melanciiiiiia foi despejada de casa (tadinha!). Que o Ronaldo é humano e versátil (uh!). É do ser humano isso. A tosqueira está em você e está em mim (que sei disso tudo que está escrito aí em cima, ainda que nada disso vá mudar minha vidinha igualmente tosca).
A gente não tem exemplo. Nossos heróis são toscos. Nossos heróis são os Marcelos D2 que acendem um baseado bem na nossa cara. São os Lulas que não sabem de nada. São as Cicarellis que dão na praia. São as mulheres-melancia que dançam “créu” (vergonha alheia!). São os 50Cents que valem exatamente meio dólar. São os Snoop Doggs que colocam a mulher como objeto em seus clipes. São os travestis que vão pra Luciana Gimenez. São os jogadores que gostam de travestis e de putas. São as putas. Fomos nós que os elegemos nossos ídolos. Heróis. Nossos exemplos. Porque eles são a nossa cara. São nosso alter-ego. O reflexo daquilo que a gente admira no outro. O retrato mais fiel da nossa própria tosqueira.
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